História do Carnaval

* Todo o texto (e foto) foi retirado do site da cidade de Munique, eu só traduzi. Como achei muito interessante quando li, resolvi colocar para vocês lerem também! As partes que estão entre {} são comentários meus e não estão no texto original, claro! 



Todos os anos, muitas pessoas celebram o Carnaval, mas poucos lembram/sabem o que essa época de festas foi na verdade, e menos ainda que tem uma estreita ligação com a Quaresma e a Igreja Católica.

A "quinta estação" (do calendário da Igreja) faz parte de todos os países predominantemente católicos, e está relacionada ao início da Quaresma, que acontece na Quarta-feira de Cinzas, período em que nenhum carnaval era comemorado. Pelo menos não inicialmente. 

As festas de carnaval e o desfile de rosas da segunda-feira que acontecem atualmente, só vem a comprovar o quanto o carnaval se afastou de sua intenção inicial. E vamos ser francos: Quem ainda jejua, mesmo no oeste e sul {parte católica da Alemanha}, durante a Quaresma?



O "Fastnacht" {carnaval} antes da Quaresma, na Idade Média

Na Idade Média, o carnaval era muito diferente: Durante a época da Quaresma era estritamente proibido comer carne ou outros produtos de origem animal, como leite, manteiga, queijo e banha de porco e gordura. E pior ainda: foi ordenada abstinência sexual absoluta! E este foi um ponto decisivo no ano em que foi determinado. 

O longo período de seca - afinal, era desde a quarta-feira de cinzas até a Páscoa - levou o povo a procurar excessivamente por tudo aquilo de que ficaria sem durante o período de Quaresma. No início, isso acontecia apenas durante o dia anterior à quarta-feira de cinzas (similar ao que acontece à véspera de Natal antes da real festividade). 

A carne abatida e todos os produtos perecíveis de origem animal tinham que ser consumidos em grandes quantidades, muitas vezes como parte de um grande banquete. E tudo aquilo sempre em grande abundância começou a aproximar as danças festivas em algo sexualmente permissivo, e a consequência lógica é que muitos jovens casais faziam da terça-feira de carnaval a sua data de casamento.


Costumes nos séculos 14/15.

Com o tempo, o Fastnachtszeit, que acontecia apenas no dia anterior ao início da quaresma, estendeu-se mais e mais, e até hoje em muitas das regiões ele começa em 11.11, no Narrentag {dia do tolo/bobo da corte}. A partir do Século 14 começaram a surgir os shows e jogos típicos. 

Por um lado, servia para apresentar as novas conquistas da tecnologia (como arados, cercas, etc) , mas por outro lado, para manter os torneios e competições engraçados/divertidos, eles também incluíram apresentações teatrais e desfiles pelas cidades. 

Somente século 15, provavelmente influenciados pelo italiano "comedia del arte" os atores desses espetáculos usavam cada vez mais máscaras e disfarces.


Reinterpretação do carnaval no século 16.

O clero inicialmente era contra toda a agitação e bagunça que todas aquelas festas representavam e até o início do século 16 havia uma avaliação teológica do estado durante aquela agitação. Durante a época da Quaresma era considerado o "civitas dei" (Estado de Deus), e o carnaval era interpretado como "civitas diaboli" (Estado do diabo). Isso mudou a cara do carnaval. A partir de então, o figurino foi bastante influenciado, mostrando todos os valores negativos observados pelo clero. 

Máscaras de diabo, selvagens fazendo caretas e figuras demoníacas agora dominavam o carnaval, demonstrando seu mundo ímpio e perverso. Além disso, o símbolo do carnaval, o tolo/bobo da corte, surgiu desta tradição. 

Originalmente, ele não era o inofensivo companheiro engraçado como hoje em dia, mas um demônio blasfemo, estúpido e presunçoso. Um tolo era maligno e perigoso - e incorporava o pecado original.


Queda e renascimento do carnaval no século 19.

No início do século 19 o carnaval, da forma como vinha acontecendo, chegou ao fim. Ele correspondia a tudo aquilo que o clero havia previsto: pessoas bebendo até a perda da consciência, brigas e costumes depravados. Somente então que a classe média instruída resgatou o velho costume na sua forma romântica {e não depravada}. 

No ano de 1823 houve uma reforma no carnaval de Colônia - agora um evento não mais dirigido por pessoas comuns, mas a organizado pela burguesia. E isso também fez com que mudasse a figura do tolo/bobo da corte e surgisse o príncipe do Carnaval (e mais tarde também princesas), que prevaleceram sobre o exército de tolos demoníacos. 

O nome Fasching {da forma como é usado aqui para se referir ao carnaval} é utilizado principalmente no sul da Alemanha e Áustria. Ele deriva do alto- alemão médio e vem da composição “vast - schanc” que é o chamado a servir antes da Quaresma e, portanto, se refere à temporada quaresmal de jejum e privações.

{E muito brasileiro por aí ainda acredita que foi o Brasil que inventou o carnaval...}

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